SOU FEMININA, NÃO FEMINISTA

Cada vez que escuto esta frase bonitinha pero equivocadinha, me dá um desgosto profundo, de ver quão enganadas estão as manas que separam o ser feminina de ser feminista, como se fossem coisas diferentes, antagônicas, como se feministas fossem de um outro reino que não o das mulheres. 
Ser feminista é ser a favor dos direitos das mulheres, em defesa das mulheres, pela integridade e proteção das mulheres. Ser feminina é intrínseco a ser mulher. 
Ora, se você é mulher e preza sua liberdade, você é feminista. Se você é mulher e entende que seus direitos são iguais aos dos homens, você é feminista. Se você não concorda que mulher deve ganhar menos que homem, você é feminista. Se você é contra feminicídio e violência contra a mulher, você é feminista. Se você é a favor do voto feminino, você é feminista. 
Ser feminista não é, como querem seus detratores, ser contra os homens. Ora, por que seríamos contra os homens? Nós adoramos nossos homens, nossos bons homens, nossos amados homens. Somos contra os homens machistas, misóginos, que abusam, assediam, violentam, estupram, espancam, maltratam, desrespeitam. Você que se diz feminina mas não feminista certamente também é contra esse tipo de homem. Ou não?
 Toda vez que escuto uma mana dizer que não é feminista, fico com vontade de contar para ela que se hoje ela tem autonomia, pode estudar, trabalhar fora, morar sozinha, usar a roupa que quer, votar, ser dona do seu nariz, viajar, se comandar, exercer a profissão que quiser, é graças aos movimentos feministas que lutaram por esses direitos. 
Se não fossem elas, essas femininas guerreiras que se dão valor e que nos dão valor, até hoje estaríamos dentro de casa, tapadas até o pescoço, cozinhando, lavando, passando e parindo, funções que os homens nos reservaram através dos séculos, para preservar suas propriedades e seus herdeiros. 
Se não fossem as femininas feministas, estaríamos trancadas em hospícios e mosteiros, cada vez que ousássemos dizer não para nossos pais, nossos irmãos e nossos maridos. 
Não votaríamos, com certeza, pois éramos consideradas inferiores e estúpidas, indignas de escolhermos quem nos governar. O Correio do Povo, naquele ano de 1930, publicou uma reclamação quando as mulheres lutavam pelo voto: "O que elas querem, afinal, votar duas vezes? Pois se seus maridos já votam!"...
Graças às feministas femininas, que lutaram pelo voto feminino em 1930, no Brasil, hoje milhões de mulheres podem, por exemplo, dizer não para aquele-um que nos considera fruto de fraquejada, entre outros desrespeitos, no lugar mais eficiente para dizer não a um mau homem público: nas urnas. 
Assim que, manas femininas, pensem duas vezes antes de repetir essa frase inventada por alguém muito superficial que provavelmente gosta mais de fazer trocadilho do que de vocês, mulheres maravilhosas. Beijos, minhas belas! ( Graça Craidy)
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